quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Uso das Tecnologias no processo de ensino aprendizagem

O processo de ensino e aprendizagem hoje conta com um recurso muito impactante: as modernas tecnologias aplicadas à educação. Essa disponibilidade de recursos, também muda o paradigma do papel do professor, de detentor do conhecimento, para mediador do conhecimento. Os recursos de armazenamento e exposição de conteúdo, oferta dados e informações que constituem elementos de construção do conhecimento. O professor pode ofertar vídeos no Youtube, conteúdos e apresentações no Google Drive ou outros dispositivos como Yahoo Grupos ou enviar por email, compartilhamento no Facebook ou até dispositivos móveis através do Whats App. Abaixo uma lista das 50 principais ferramentas utilizadas para utilização na educação online (fonte www.whatsnew.com) 1. Dropbox: Um disco rígido virtual com vários GB gratuitos e acessível desde quase qualquer dispositivo. Porém, sem dúvida, é muito mais que isso… 2. Google Drive: A evolução de Google Docs que se soma às suas múltiplas ferramentas de criação de documentos, um considerável espaço virtual gratuito. 3. CloudMagic: Uma extensão e uma app multi dispositivo para buscar informação simultaneamente no Gmail, Twitter, Facebook, Evernote e muitos outros serviços. 4. Jumpshare: Para compartilhar documentos em segundos e permitir sua visualização online, além de seu download. Ficam disponíveis na nuvem durante duas semanas. 5. Weebly: Uma ferramenta para criar sites web que se destaca por seu agradável editor visual e seu baixo custo, começando por um bem-vindo plano gratuito. 6. Issuu: Também para compartilhar documentos porém principalmente aqueles cuja importância se encontra em seu conteúdo gráfico já que sua especialidade são as opções de visualização. 7. ePubBud: Um espaço para criar ebooks e publicá-los. Também serve para buscar exemplares embora para esta tarefa existam dezenas de alternativas. 8. Infogr.am: Para criar coloridas infografias interativas, com brilhantes ferramentas para ingressar e tratar dados graficamente incluindo uma mini folha de cálculo. 9. Text2MindMap: Uma ferramenta para criar mapas mentais através de um pequeno editor de texto e um quadro interativo muito fácil de usar. 10. EdCanvas: Para criar e compartilhar as lições das classes em formato digital. 11. TubeBox : para baixar vídeos do YouTube, Vimeo, DailyMotion, etc 12. ClassDojo : Para relatórios de gestão sobre o comportamento dos alunos, bastante útil para compartilhar com os pais 13. Animoto: Para muitos a melhor ferramenta para criar vídeos online a partir de material multimídia (fotos, vídeos, texto, etc.) armazenado localmente ou simplesmente usando o disponível na rede. 14. Todaysmeet: Uma rápida opção para criar salas de chat. 15. Slideshare: A melhor opção para criar e compartilhar apresentações com slides desde um canal pessoal, permitir sua visualização e um espaço para retro alimentar-se com os comentários. 16. Voki: Para criar um avatar que fala acompanhando as lições multimídia. 17. Screen Capture by Google (Google Chrome) e Screenshot (Mozilla Firefox): Extensões para tirar capturas de tela, guardá-las e/ou compartilhá-las via redes sociais. Se preferir um aplicativo de desktop Screenpresso é altamente recomendável. 18. RecordMP3: Para gravar e compartilhar áudio em mp3. 19. Diigo: A alternativa a Delicious para a gestão e captura de links. 20. Prezi: O sustituto do sonífero Microsoft PowerPoint que leva a um novo nível as apresentações graças às suas ferramentas interativas, visualizações fascinantes, elegantes estilos, um editor realmente simples, links a conteúdo online, etc. 21. Picmonkey: Um fascinante editor de imagens online, o sustituto -literalmente- de Picnik. Conta com filtros, opções para criar colagens e muito mais funções avançadas de fácil uso. 22. Loopster: Outro muito simples editor de vídeo online. 23. PlanBoard: Para planejar eficientemente as lições. 24. Scoop.it e Paper.li: Ferramentas de fixação de conteúdos web. 25. Socrative: Os laptops, tabletas e os smartphones já tomaram conta das aulas, sendo assim, é melhor tirar un mejor proveito, neste caso, com jogos, tarefas e exposições interativas entre dispositivos. 26. Join.me: Uma ferramenta para compartilhar tela e trabalhar em equipe. 27. Zamzar: Um potente conversor de arquivos em montes de formatos de documentos, imagens, vídeos, música, ebooks, etc. 28. Poll Everywhere: Criar rápidas enquetes com votações instantâneas via Twitter, SMS e mais. 29. VoiceThread: Para gravar e compartilhar todo tipo de material multimídia em forma de apresentações, com comentários em áudio e vídeo. 30. Evernote: Simplesmente uma ferramenta de notas de outro mundo. Seus variados usos para o mundo acadêmico vão desde a gestão de lições até a coleta de conteúdo multimídia na rede mediante seu capturador web. 31. TeachersPayTeachers: Intercâmbio de lições entre colegas. 32. Gnowledge: Um espaço para criar e compartilhar provas tipo teste e exercícios tanto com estudantes como com outros maestros. 33. Udemy: Para criar cursos online mediante eficientes ferramentas de gestão de conteúdos, de promoção, de assinatura e até de colaboração e até de colaboração graças a sua imensa comunidade que trascende continentes. 34. Plagiarisma.net: Uma das muitas opções online para detectar plagio nos textos. 35. Academia.edu: A mais ampla comunidade de acadêmicos que permite um fácil contato entre pares graças às suas opções para destacar interesses, áreas de interesses e localizações. Também é um bom espaço para encontrar e compartilhar papers. 36. Blogger: Para criar um blog em poucos minutos com a ajuda da fascinante plataforma de Google, o que facilita a integração de outros serviços da companhia para a gestão multimídia. 37. TED: Milhares de conferências em vídeo, sobre centenas de áreas do conhecimento, dadas por experts de nível mundial. 38. Wolfram Alpha: Todo o conhecimento mundial por trás de uma pequena caixa de busca. Uma das muitas coisas que faz é resolver todo tipo de exercícios matemáticos, se sobressaindo, inclusive, a outras brilhantes opções. 39. TinyChat: Uma sala de videochat muito agradável a qual permite o acesso através de redes sociais, até 12 pessoas compartilhando sua webcam e o resto comentando com mensagens. 40. Google+: A rede social do Google está a anos luz de distância de seus competidores no que diz respeito a integração de serviços (Drive e YouTube os melhores) e ferramentas eficientes como seus populares Hangouts. Isso só é no geral, pois os usoas acadêmicos são bastante variados. 41. Olesur: Para criar PDF’s com problemas de matemáticas, atividades de reforço e caligrafia, e mais recursos didáticos para imprimir. 42. Pinterest: Para organizar categoricamente todo tipo de material gráfico em pequenos grupos para logo compartilhá-los via redes sociais ou simplesmente mantê-los de forma privada. Um mockup especializado para a educação é Learni.st. 43. LaTeX Lab: Um editor de LaTeX online com a tecnologia dos documentos de Google. 44. Wiggio: Uma das muitas potentes ferramentas para os trabalhos em grupo, com listas de tarefas, calendário, enquetes, perfis e várias funções de interação. 45. WordPress.org: Similar ao Blogger na facilidade para a criação de blogs ou paǵinas web sobre qualquer tema, um pouco mais limitado em questão de uso de recursos porém muito mais elegante. 46. YouTube para escolas: Uma versão especial do YouTube para educadores onde se poderá dispor de centenas de vídeos acadêmicos de sites como YouTube EDU, Stanford e TED. 47. Khan Academy: Milhares de classes, de altíssima qualidade, em vídeo sobre diferentes campos do conhecimento oferecidas por maestros de todo o mundo. Qualquer um pode colaborar com o projeto. 48. Moodle: Uma plataforma livre para a criação de cursos tipo LMS, similar a BlackBoard porém, totalmente gratuita, com mais ferramentas interativas e uma ampla comunidade por trás de seu desenvolvimento e contínuo melhoramento. 49. Canvas: Também para a gestão de cursos, totalmente online (sem instalação em servidor próprio), muito mais elegante e mais fácil de utilizar. 50. Google Calendar: Para a gestão do tempo e as tarefas, embora também seja muito útil especificamente para criar calendários (por exemplo sobre horários de atenção a estudantes ou datas de exames e trabalhos) e compartilhá-los.

Links de blogs de conteúdos sobre TIC

http://karlalealopes.blogspot.com.br/2016/11/as-redes-sociais-para-o-uso-na-educacao.html http://wlamiller.blogspot.com.br/ http://profcleokarvalho.blogspot.com.br/ http://franciscocustodio.blogspot.com.br/ http://professorjobim.blogspot.com.br/

sábado, 5 de novembro de 2016

Ensinar por competências

Conforme proposta, segue reflexões sobre o ensino com foco em competências 1. Porque ensinar com foco em habilidade e competências? A formação superior, pressupõe a formação em três dimensões da vida do ser humano, de acordo com o artigo do professor Gilberto Teixeira “o proceso de ensino-aprendizagem e o papel do professor como gestor do pensar”: - A formação das pessoas (subjetiva ou da consciência) - A formação profissional, que produz a formação técnica para o exercício produtivo. - A formação do cidadão (político-social). A formação por competência, baseado na definição do termo: um conjunto de conhecimentos (saberes), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber ser, aspectos éticos, cooperação, solidariedade, participação), integra as três dimensões propostas na formação integral do homem. 2. É possível trabalharmos pautados em competências e habilidades na educação superior? É possível e necessário, uma vez que que o papel do professor evoluiu de um repassador de informações para um desenvolvedor humano, não com foco na formação técnica, mas multidimensional do homem. As aulas devem se tornar em um ambiente propício para a troca de experiências com aplicação prática do conhecimento. Giussani (2000) afirma que o objetivo da educação é o de formar um homem novo; portanto, os fatores ativos da educação devem estimular o educando agir cada vez mais por si próprio, e sempre mais por si enfrente o ambiente. É preciso então, de um lado, colocá-lo constantemente em contato com todos os fatores do ambiente; de outro, deixar-lhe a responsabilidade da escolha, seguindo uma linha evolutiva determinada pela consciência de que o aprendente deverá chegar a ser capaz de, perante qualquer situação, ter autonomia. Ou seja, em um ambiente moderno, onde as coisas estão em constante mudança, o homem tem que construir suas próprias respostas para os problemas que vão surgindo, com a consciência de que não existe respostas prontas, mas que estas devem ser adaptadas às novas demandas. 3. Nesta perspectiva o que muda na relação professor conhecimento-aluno? O professor Gilberto Teixeira, ainda no mesmo ensaio, ensinar vem do latim insignare, ou marcar com um sinal, no sentido de indicar um caminho, um sentido. Cita Gadotti (2004) afirmando que ser professor é viver intensamente o seu tempo, com consciência e sensibilidade. O professor não só transforma a informação em conhecimento, mas forma pessoas com consciência crítica, constroem sentido para vida dos seres humanos e para a humanidade. Não há mais espaço para professores donos de um saber, mas só aqueles que tenham a humildade de ser também eles aprendizes. A única diferença entre o professor e alunos, é que estes são profissionais do ensino e por isso comprometidos com o aprender e ensinar.

Aula invertida

O conceito de aula invertida é muito interessante, pois a disponibilidade do conteúdo antecipadamente aos alunos, seja através de textos, vídeos, recursos multimídia,ou a combinação de ambos, estabelece um contato do aluno com o material, despertando seu interesse. Durante a aula, o professor pode provocar discussões e troca de idéias, ampliando o conceito e desenvolvendo no aluno a percepção da necessidade do mesmo se responsabilizar pela busca do conhecimento e da sua participação ativa na construção do aprendizado significativo. Os momentos de interação na sala de aula se tornarão mais significativos, na medida que o conteúdo já estará "pré aquecido" na mente dos alunos, possibilitando uma maior amplitude na exploração do tema. Segundo matéria publicado o G1 por Andrea Ramal, os resultado são animadores: A metodologia tem alcançado resultados positivos, com impacto nas taxas de aprendizagem e de aprovação, como também no interesse e na participação da turma. Disseminada nos últimos anos pelos professores norte-americanos Jon Bergmann e Aaron Sams, foi testada e aprovada por universidades classificadas entre as melhores do mundo, como Duke, Stanford e Harvard. Em Harvard, nas classes de cálculo e álgebra, os alunos inscritos em aulas invertidasobtiveram ganhos de até 79% a mais na aprendizagem do que os que cursaram o ensino tradicional. Na Universidade de Michigan, um estudo mostrou que os alunos aprenderam em menos tempo. O MIT (Massachusetts Institute of Technology) considera a Flipped Classroomfundamental no seu modelo de aprendizagem. O método é adotado em escolas da Finlândia e vem sendo testado em países de alto desempenho em educação, como Singapura, Holanda e Canadá.

Pontos norteadores da educação

Com respeito aos pontos da docência que considero importante e são norteadores da prática educativa: • Domínio do conhecimento é o principal fator de sucesso do docente, pois demonstra segurança do professor e credibilidade no contrato psicológico celebrado entre ambos. O discente deve ser estimulado a participar no processo de construção do conhecimento, mas o professor deve estar preparado para responder ás dúvidas e preencher as lacunas. • Outro fator determinante diz respeito ao Planejamento educativo. O plano deve considerar a posição político pedagógico da instituição (alinhado com suas convicções pessoais), uma opção por determinada teoria do conhecimento e por uma teoria pedagógica. Além disso, envolvem as estratégias de ação, os recursos materiais e humanos. Devem ficar claro os objetivos educacionais que se pretende atingir com cada conteúdo, para que a avaliação seja fundamentada em atingimentos mensuráveis. O plano deve responder claramente perguntas norteadoras como Onde estamos? Aonde queremos ir? Como iremos? Como estamos indo? • Além do conteúdo técnico referente à área de formação do discente, o professor deve ter em mente a construção de uma consciência cidadã, incutindo ao longo da apresentação do conteúdo, as questões éticas e sociais envolvidas na atividade profissional futuro formando, além da conscientização de seu papel político na sociedade. • Por fim, a prática do ensino deve ser bem estruturada com o tratamento didático da aula, o que passa inicialmente por uma preparação tanto do professor quanto do aluno. A preparação do professor se dá pelo planejamento intencional das aulas. A preparação do aluno visa criar condição de aprendizado, através da curiosidade, das conexões da matéria nova com a anterior e a geração de expectativa em relação ao evoluir do aprendizado e principalmente quanto à exposição clara dos objetivos da aula. Outro ponto muito importante é a aplicação do conhecimento aos problemas do cotidiano, aos problemas dos pais, da família, da sociedade e em quaisquer grupos onde estivermos envolvidos, avançando da teoria à prática e provocando uma análise crítica da realidade e a consciência da responsabilidade social e política de cada membro da sociedade. Quanto ao Multiculturalismo e a Sociedade, devemos reconhecer a necessidade da especialização para gerar profundidade na pesquisa e amplitude do conhecimento. O discurso moderno do clamor por interdisciplinaridade decorre da falta de contextualização gerada pelas disciplinas, pois o estudo disciplinar produz via de regra, desvinculação da realidade seja por falta de conexões claras, quanto por anacronismo, na medida em que algumas ciências avançam muito rapidamente. O trabalho do professor deve buscar as convergências disciplinares, como escreveu Brasil (1989, pag.89) “A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas , ao contrário , mantém sua individualidade e integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados”. Essa convergência será conseguida através de uma mudança de paradigma no processo educacional, onde os professores trabalham suas disciplinas como universos isolados. Deve haver um esforço de coordenação para que haja ligações entre as diversas áreas do conhecimento e principalmente, conexões claras com o universo prático onde será submetido o futuro profissional. Com respeito aos procedimentos ou técnicas de ensino, devemos avaliar o perfil da turma e o tipo de conteúdo a ser transmitido ou habilidade a ser desenvolvida para definir a melhor opção. Em se tratando de ensino conceitual a aula expositiva cumpre bem a finalidade, observando a atenção do grupo para mantê-lo em sintonia com as ideias apresentadas. Conceitos mais complexos ou processos complicados devem ser demonstrados e habilidades específicas serão desenvolvidas através da prática supervisionada. Outras técnicas valorizam os conhecimentos prévios do aluno e sua capacidade de construção do mesmo, como: • Estudo dirigido, onde o professor propõe o conteúdo adequado e os alunos fazem a síntese. • Diálogo, onde dois alunos discutem um tema com a coordenação de um terceiro e observação da turma. • Seminário, onde os alunos buscam pesquisa de parte de um conteúdo proposto e apresentam em grupo ou individualmente para toda turma. • Por fim, temos a opção de utilizar a estratégia Phillips 66, onde seis pessoas discutem por seis minutos. Os participantes se revezam até que os alunos participem de todos os grupos, abordando o assunto em vários ângulos, visando o consenso. No que diz respeito à avaliação de aprendizagem voltada para a formação integral do homem e respeito às diferenças, devemos começar já na etapa da avaliação de diagnóstico, buscar identificar as características dos alunos, o nível de conhecimento deles e a capacidade contributiva de cada um. Avaliamos o perfil sócio econômico a fim de estabelecer a forma de contextualizar o ensino criando ligações com o ambiente social dos alunos. No decorrer do ensino, durante a avaliação chamada formativa, ir introduzindo questionamentos e estimulando a participação dos discentes, facilitando as conexões que ancorem a construção de novos conhecimentos e habilidades. Baseado em objetivos bem definidos, a avaliação somativa ou terminal pode esclarecer se houve atingimento dos alvos de ensino, tanto na formação de saberes, habilidades, quanto na formação do agente político intencional e responsável.

condicionamento social

Sobre a afirmação:"Ao nascermos, somos inseridos em um mundo no qual as interações sociais são determinantes", Lembro que a educação, considerada no sentido amplo, “compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais estão envolvidos de modo necessário e inevitável, pelo simples fato de existirem social” (LIBÂNEO, p.17). A educação pode ocorrer de modo não intencional, onde as interações sociais influenciam nosso comportamento ou, a educação intencional, onde a intenção e objetivo específico de passar um conhecimento, formar uma habilidade ou condicionar uma atitude. As duas formas tem em comum a subordinação às expectativas e condicionamentos sociais, que nos impõe um conjunto de regras, objetivos e posturas sociais, ideológicas ou políticas visando ao bem comum da sociedade. A prática educativa vai assumindo forma e conteúdo de acordo com essas expectativas, cabendo á educação superior a formação do homem para atender aos anseios não somente de formação profissional, mas na formação do cidadão politicamente responsável e socialmente comprometido com as realidades que o cerca.

A formação multidimensional do homem

A mudança através da educação pressupõe uma mudança da perspectiva do educador, saindo do paradigma da exposição de conteúdo para um novo paradigma de formação multidimensional do homem, considerando a formação como uma atuação na integralidade humana e na sua capacidade e responsabilidade de construir as escolhas politicas para o bem comum. Segundo Libâneo (2000), a formação do educador é um processo político e pedagógico intencional, com as dimensões teórico-científico da área do docente, mas também a formação pedagógica em filosofia, sociologia, história da educação e da pedagogia e suas concepções que estudam o fenômeno educativo a partir do contexto sócio histórico, porque a educação possui uma função essencialmente social. O homem quando foca exclusivamente a formação técnica em sua educação formal, na verdade está reduzindo a importância de seu papel social a um elemento produtivo de bens e serviços. Em Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley (1932), retrata o extremo de uma vida orientada para o trabalho e produção, onde as pessoas eram condicionadas para uma determinada função social e um comportamento em harmonia com as leis e regras sociais. Nessa hipotética sociedade, a individualidade, a livre iniciativa, a criatividade e os direitos individuais eram anulados. As pessoas eram educadas para esse tipo de sociedade e viviam somente para o fim produtivo, sem questionar as decisões políticas de sua administração pública. Em nossa realidade, somos um país democrático, orientado para o respeito dos direitos e garantias individuais. Os cidadãos devem ser preparados dentro de uma integralidade do ser humano, nas dimensões social, intelectual, emocional e volitivo. Deve exercitar todos os aspectos do seu desenvolvimento humano, integrando sua formação técnica a todos os complexos fatores da existência humana. O cidadão, enquanto participante das decisões que impactam a sua vida e da sociedade, deve ser estimulado a dialogar com o poder, deixando claro que “o poder emana do povo e em seu nome é exercido” conforme preconiza nossa constituição federal. Conforme Paulo Freire (1996) “A desconsideração total pela formação integral do ser humano e a sua redução a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima para baixo. Nessa caso, falar a, na perspectiva democrática é um possível momento do falar com, nem sequer é ensaiado”. No aspecto social, lembro Edgar Morin (2000), falando sobre ensinar a condição humana: “O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico”. Esta unidade complexa da natureza humana é totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo-se tornado impossível aprender o que significa ser humano. É preciso restaurá-la, de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome conhecimento e consciência ao mesmo tempo de sua unidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos. A perspectiva humana da educação nos conduz a fazer escolhas corretas, podendo decidir inclusive sobre a relevância do conteúdo e sua importância na aplicação prática do cotidiano e sua adequação à satisfação do anseio da sociedade. O educador moderno precisa estender sua atuação para a dimensão da consciência. Paulo Freire (2000) escreveu “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco, a sociedade muda”. A educação para a transformação da realidade repele posições simplistas na intepretação do mundo, face ao anseio de profundidade na análise do mesmo, com a convicção de que a realidade está em mutação contínua. A mudança não torna o passado necessariamente pior, ou melhor, mas as mudanças devem ser aceitas na medida de sua validade e adequação às demandas do presente. O educador está inserido no movimento de mudança, sendo um líder ativo na influência sobre os educandos. O educador deve incluir doses de ética, de valor à vida e defesa dos direitos e garantias individuais, da aceitação do diferente na convivência plural, além do conhecimento técnico necessário à formação do profissional. O educador enquanto líder exerce influência sobre o grupo e sobre cada aluno individualmente, sendo capaz de potencializar a capacidade de cada um, por meio de inserção não somente da teoria, mas da prática adquirida de sua experiência pessoal. Tratando do papel do educador, Paulo Freire (2011), enfatiza o dever do educador democrático de reforçar a capacidade crítica do educando. O educador não deve focar somente no conteúdo aplicado ao educando, no sentido de transferir conhecimento e informações, mas criar condições onde se pode aprender criticamente, incluindo o educando para participar como sujeito do processo de aprendizado. Quando o educando torna-se um partícipe ativo, produz a prática do pensamento crítico e autônomo e a partir disso, introduzir o ideal de uma escola como espaço político, contribuindo para a prática democrática, onde a sociedade atua ativamente como autores da história e não apenas ouvintes passivos. No contexto brasileiro, o governo federal deu os primeiros passos para uma evolução na educação superior, quando elegeu a reforma universitária como uma de suas prioridades no início de 2004. Na entrevista que o então ministro da educação enfatiza que a reforma deve buscar rigor e qualidade. O objetivo do governo é que a universidade esteja integrada a um amplo projeto nacional de desenvolvimento econômico e social. A reforma da universidade brasileira não é uma exigência apenas de ordem acadêmica e não diz respeito apenas aos interesses de estudantes, professores e funcionários que integram a nossa universidade. A universidade brasileira, enquanto totalidade está defasada em relação ás grande necessidades do país para a construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento, de inclusão social, de altas taxas de crescimento, de agregação de valores aos nossos produtos e de criação de condições para que tenhamos centros de pesquisa, de extensão e de produção cientifica e tecnológica altamente gabaritada para que o Brasil exerça plenamente a sua soberania. (Revista Ensino Superior, abril de 2004). Nos princípios e diretrizes que nortearam a elaboração da lei orgânica, fala-se inicialmente na Missão da Educação Superior, fala-se de uma universidade garantindo a participação da comunidade na supervisão de suas práticas acadêmicas, expressando prática democrática vivida em sociedade pluricultural, possibilitando acesso e permanência da educação superior para todas as classes. Os desdobramentos seguintes das diretrizes buscam solucionar a questão do financiamento, da avaliação, da estrutura e gestão, do acesso e permanência e do conteúdo e programas. No quesito acesso e permanência, o governo adotou medidas concretas de inclusão através do PROUNI, Reserva de vagas e bolsas integrais cedidas pelas instituições filantrópicas que gozam de isenção fiscal. O discurso e o movimento do governo dizem respeito à qualidade técnica do ensino, com vistas à melhoria da qualidade geral do “produto brasileiro”, ou seja, a o impacto econômico do ensino e a garantia do acesso e do financiamento da educação. A identidade das universidades e das faculdades e sua função social se definirão no projeto pedagógico. Esse projeto, baseado na finalidade e no objetivo da educacional da construção de uma cidadania participativa e integrada á política. Como disse Gadotti (1997), o projeto político-pedagógico pode ser confundido com um plano de intenções, um plano de ação; entretanto ele faz parte do projeto, mas não é o projeto. Vai mais além e se apoia em três pontos fundamentais: 1. No desenvolvimento de uma consciência crítica e cidadã. 2. No envolvimento da comunidade interna e externa. 3. Na autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do projeto. O projeto pedagógico é construído a partir da realidade histórica da sociedade e das novas demandas do contexto politico, respeitando o pluralismo, a dignidade da pessoa humana e considerando o educando como agente atual ou potencial das decisões democráticas que permeiam a vida em sociedade. Os projetos educativos devem atender à necessidade social presente e futura, o que denota atenção e estudo dos problemas que vão surgindo na dinâmica social. O Manifesto dos Pioneiros da Educação em 1932 surge a partir das necessidades de formação geradas pelo advento da República no Brasil. A educação no Brasil segundo os manifestantes estava a serviço das profissões liberais, como engenharia, medicina e direito, que visava o atendimento dos serviços sociais básicos. Dizia parte do manifesto “Ao lado das faculdades profissionais existentes, reorganizadas em novas bases, impõem-se a criação simultânea ou sucessiva, em cada quadro universitário, de faculdades de ciências sociais e econômicas; de ciências matemáticas, físicas e naturais, e de filosofia e letras que, atendendo às variedades de tipos mentais e das necessidades sociais, deverão abrir às universidades que criarem ou se reorganizarem, um campo cada vez mais vasto de investigações científicas”. A nova realidade democrática vigente então passa a exigir a formação de cidadãos engajados no compromisso de influenciar nos destinos do país, na elaboração das leis e na gestão do bem público, demandando para isso, profissionais de nível superior com formação técnica, mas também com responsabilidade política e social.

Professores porque?

George Gusdorf (1912-2000) filósofo francês que pensou sobre o papel e a importância do Professor em uma nova sociedade. Em “professores para que?” publicado em 1963, discorre sobre a relação professor-aluno, o papel do professor em uma sociedade tecnológica e o papel do professor como facilitador dos saberes. Para ele, a relação aluno deve ser direta e igualitária, criando condições não somente do aluno aprender com seu mestre, mas proporcionar troca de experiências, onde ambos cresçam. Para o filósofo, o professor pode provocar uma transição do papel de professor, onde se ensina a todos a mesma coisa, produzindo uma entrega eficiente dos saberes, para o papel de mestre. O mestre provoca uma impressão tão forte na mente dos alunos, que, mesmo após sua morte, continua vivo, porque fez diferença na construção do seu conhecimento. O mestre não só impõe sua palavra, mas gera troca de conhecimento, aprendendo com seu aluno. Por fim, o texto enfatiza que a presença do professor é fundamental para a construção, entendimento e reprodução do conhecimento, independente da forma e do recurso tecnológico utilizado.

Japiassu e a interdisciplinaridade

Segundo George Gusdorf, na introdução do livro Interdisciplinaridade e a patologia do saber de Japiassu (1976), o mundo padece de uma patologia crônica e a “assembleia dos experts” manifestam a todos seus olhares de impotência diante da complexidade dos problemas hodiernos no domínio político, científico, econômico, social, as guerras religiosas, etc. Os experts conseguem até superar algumas questões, até que a próxima crise na sua área de conhecimento nos alcance. Gusdorf cita G.K. Chesterton, que define o especialista como “Aquele que possui um conhecimento cada vez mais extenso relativo a um domínio cada vez mais restrito. O triunfo da especialização consiste em saber tudo sobre nada”. Lembro-me do comentário de Mário Sérgio Cortella, ao ser perguntado o que um filósofo faria em uma reunião de governo para um fórum sobre crise econômica brasileira: “Sei tanto quanto os economistas que estão aqui reunidos, ou seja, nada, pois não existe uma resposta pronta para questões tão complexas”. Segundo o autor, a ciência não diz somente da ordem científica, mas também da consciência da humanidade. A ciência fragmentada representa a expressão de uma humanidade sofrendo de uma confusão ontológica. Não se trata apenas de uma distorção no saber, mas de distorção da existência individual e coletiva. O refúgio nas disciplinas isoladas, cada qual se aprofundando na incoerência, representa a perda do sentido humano. O ser humano em sua integralidade deve ser considerado nos aspectos sociais e emocional, intelectual e físico. A extrema especialização do conhecimento desconsidera a complexidade humana, reduzindo-nos a elementos produtivos, cada qual em sua área de oferta de serviço específico. O autor afirma que quanto mais se desenvolve as disciplinas do conhecimento, diversificando-se, mais elas perdem o contato com a realidade humana. Nesse sentido podemos falar de uma alienação do humano, prisioneiro de um discurso tanto mais rigoroso quanto mais bem separado da realidade global, pronunciando-se num esplêndido isolamento relativamente à ordem das realidades humanas.

Aprender com propósito

A motivação dos alunos para estudar deveria se concentrar em um propósito: aprender. Não apenas aprender para tirar notas, adquirir um diploma ou legitimação profissional. A motivação dos alunos deve ter como fundamento o desenvolvimento da capacidade para contribuir com seu conhecimento e atuação na busca da melhoria nas condições de bem estar social. As chamadas “consequências aversivas” produzidas pelas notas insuficientes, controle de frequência e reprovações não produz um elevado senso de propósito necessário à formação integral do homem como agente de mudança e contribuição comunitária. Antes ao contrário, o aluno quando focado na adequação aos indicadores de controle, além de fugir do propósito, tende a adotar um comportamento chamado de “contra controle”, sabotando as formas de avaliação e produzindo ainda mais fraqueza de caráter que gera fragilidade nas “fibras sociais” que nos mantem unidos como comunidade.

Lev Vygotsky - corrente interacionista

Lev Vygotsky, representante da corrente interacionista, defende a teoria de que o homem, a despeito de suas funções cerebrais únicas, as funções psicológicas se desenvolvem a partir das relações entre indivíduo e o meio externo. A linguagem estabelece uma distinção fundamental do homem, modo com o qual comunica símbolos que permitem uma apreensão maior e melhor da realidade, quando da interação entre o indivíduo o meio externo. Uma criança tem o potencial biológico de se desenvolver intelectualmente, mas se não interagir não se desenvolverá. Um menino encontrado em Kalunga na Rússia, criado por lobos, andava de quatro, rosnava como e mordia como se fosse lobo. Vygotsky propõe a ideia de ZDR (Zona de desenvolvimento real) e ZDP (zona de desenvolvimento proximal). A ZDR representa o desenvolvimento já alcançado e ZDP o desenvolvimento que o aluno pode atingir, ou seja, o que ele já absorveu e o que ele pode absorver, considerando seu potencial. A interação produz troca de conhecimento e experiência, que geram ramificações e ligações que servirão de material para uma nova construção mental. A mediação do professor conduz o aluno na medida em que dá o reforço positivo, o feedback que estimula o mesmo a continuar buscando o conhecimento. O professor é o mediador entre o aluno e o mundo, aquele que avalia e descobre seu ZDP atuando como ponte entre o real e o potencial deste. Abaixo, vídeo sobre Vygotsky https://www.youtube.com/watch?v=YJla-2t-HRY Entendo que os postulados de Vygotsky deram contribuição para métodos diferenciados como o Interteaching. Segundo Boyce e Hineline (2002), a aprendizagem é algo que a pessoa faz, não algo que acontece a ele ou ela. Diante disso o ensino promoverá a facilitação da aprendizagem e não apenas a disponibilização da informação. Vygotsky expõe a teoria de que a história cultural e as interações sociais das pessoas (sociogênese) imprimem no indivíduo uma percepção particular de cada fenômeno psicológico (mircrogênese), a internalização do conhecimento, da experiência. O método Interteaching cria condições para que a interação entre indivíduos produza transmissão de internalizações mútuas, na media que alternam papéis de aluno e professor, e se informam e se avaliam um ao outro. A avaliação do colega feito durante a discussão produz a imediaticidade da consequência defendida por Skinner, o que reforça o interesse em continuar aprendendo. Nesse momento, dada a importância do evento para construção do aprendizado progressivo, ideal que haja a presença do tutor, principalmente quando houver discordância ou dúvidas quanto ao feedback do colega. Segundo Boyce e Hineline, quanto maior a variação de colegas no decorrer do semestre, maior eficácia do método, entendendo a importância das interações diversas no aprendizado.

Teorias de ensino e aprendizagem

O que pregam as principais correntes de pensamento na educação? Com informações sobre as principais teorias de ensino e aprendizagem, você também pode interpretar melhor o que um diretor ou orientador de escola diz na hora da entrevista e terá mais elementos para avaliar o colégio. Mas é preciso algum cuidado. “As teorias de ensino e aprendizagem são modelos, abstrações. Mas a prática não é uma simples reprodução de teorias. Esses modelos orientam, indicam um caminho, mas muitas escolas pautam sua atuação sem se ater a um único modelo”, diz a lingüista Fernanda Liberali, professora doutora no Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC/SP e consultora de várias escolas COMPORTAMENTALISMO Quem foi o pai da ideia: O psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) O que diz: Que é possível modelar o indivíduo, condicionando seus comportamentos. Para tanto, devem-se utilizar os estímulos e reforços adequados. Segundo Skinner, todo comportamento é determinado pelo ambiente, mesmo que a relação do indivíduo com esse ambiente não seja passiva, e sim de interação. Ou seja, um professor pode definir que resultado pretende alcançar com seus alunos e oferecer-lhes os estímulos e recompensas adequados à medida que os alunos Avançam, para levá-los ao resultado previsto. “No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais frequente”, escreveu o cientista. Uma frase: “Todo comportamento é determinado pelo ambiente.” Palavra-chave: Estímulo-resposta. Onde está o foco: Nos conteúdos a serem transmitidos e no professor. Qual é o papel do professor: O professor, ou até o livro didático, em alguns casos, é a autoridade máxima, detentora de todo o conhecimento. O aluno é o aprendiz que deve absorver esse conhecimento – quanto mais, melhor. Como se aprende: Por memorização e repetição. Sabe aquelas aulas de inglês em que a professora dizia: “Children, repeat after me…”? Como se introduz um novo conceito: O professor faz um planejamento e apresenta os conceitos. Algo do gênero: “Crianças, hoje vamos estudar as equações de segundo grau”. Quais são os reflexos na sala de aula: Muitas vezes os alunos são divididos em turmas de “mais fortes” e “mais fracos”. As aulas, em geral, são expositivas, com o professor falando e a turma, de preferência, quieta. Erros são corrigidos imediatamente e recorre-se à repetição para que o aluno aprenda. O professor raramente se desvia do seu planejamento e os conhecimentos prévios ou vivências do aluno não são levados em consideração. Que tipo de indivíduo espera-se formar: que correspondem às demandas e se ajustam bem aos ambientes. CONSTRUTIVISMO Quem foi o pai da ideia: O biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Outros pensadores seguiram seus passos, como a argentina Emília Ferreiro, que estudou o modo como as crianças adquirem a leitura e a escrita. O que diz: Piaget acredita que a capacidade de raciocínio não depende nem do ambiente nem de um fator hereditário. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. Assim, o conhecimento vai sendo construído pela criança a partir de suas descobertas, quando em contato com o mundo e com os objetos. Por isso, não adianta ensinar a um aluno algo que ele ainda não tem condições intelectuais de absorver. Ou seja, o trabalho de educar não deve se limitar a transmitir conteúdos, mas a favorecer a atividade mental do aluno. Ele acredita que a criança só se interessa por conteúdos que lhe fazem falta em termos cognitivos. Por isso, educar, para Piaget, é “provocar a atividade” – isto é, estimular a procura do conhecimento. Ou seja, é importante não apenas assimilar conceitos, mas também gerar questionamentos, ampliar as ideias. Uma frase: “A criança tem um papel ativo em seu aprendizado. Ela constrói conhecimento.” Palavra-chave: Estágios do desenvolvimento cognitivo. Onde está o foco: No aluno e em suas operações mentais. Qual é o papel do professor: Observar o aluno, investigar quais são os seus conhecimentos prévios, seus interesses e, a partir dessa bagagem, procurar apresentar diversos elementos para que o aluno construa seu conhecimento. O professor cria situações para que o aluno chegue ao conhecimento. Como se aprende: Experimentando, vivenciando. Como se introduz um novo conceito: Para falar em multiplicação, por exemplo, o professor pode apresentar uma sequência de somas, até que o aluno chegue ao conceito da multiplicação. Nada de decorar tabuada, como foco da aprendizagem. Ou, para apresentar formas geométricas, o professor dará aos alunos vários materiais, eles farão desenhos e observarão figuras até perceberem o círculo, o quadrado, o triângulo, etc. Quais são os reflexos na sala de aula: Há menos interferência do professor, que respeita as fases do aluno e procura corresponder aos seus interesses. As salas têm mais objetos para manusear, mais material, como blocos lógicos, figuras, etc. As correções não acontecem de modo imediato, pois os erros são considerados parte do processo de aprendizagem e o professor não intervém para apontar o erro imediatamente. Que tipo de indivíduo espera-se formar: Pessoas com autonomia, que contam consigo mesmas e com sua capacidade de construir saber. Gente que interage com o meio, que tem ideias próprias e é capaz de criar, com uma visão particular do mundo. SOCIOCONSTRUTIVISMO Quem foi o pai da ideia: O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934). O que diz: Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade – o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Por exemplo, uma criança pode nascer com condições fisiológicas de falar, mas para desenvolver a fala precisa aprender com os outros. Portanto, o que ele foca é a interação. Segundo Vygotsky, todo aprendizado é necessariamente mediado – e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo do que o previsto por Piaget. O aprendizado não se subordina ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos qualitativos de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de “zona de desenvolvimento proximal”, que seria a distância entre o desenvolvimento real da criança e aquilo que ela tem potencial de aprender, ou entre “o ser e o tornar-se”. Uma frase: “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem.” Palavra-chave: Mediação. Onde está o foco: Na interação. É na relação aluno-professor e aluno-aluno que se produz conhecimento. Qual é o papel do professor: Ele atua como mediador entre o aluno, os conhecimentos que este possui e o mundo. Como se aprende: Observando o meio, entrando em contato com o que já foi descoberto e organizando o conhecimento junto com os outros (professor e turma). Como se introduz um novo conceito: Se as crianças vão aprender sobre doenças, por exemplo, primeiro o professor as coloca diante de problemas para que os resolvam com o que já sabem e mostra a elas a necessidade de novos saberes, que terão de encontrar de diferentes formas. Então, ele as auxilia nesse processo de busca de novos conhecimentos. Eles podem tanto ir entrevistar um médico (o professor orientará a turma sobre como fazer uma entrevista), como consultar um livro ou a internet. Quais são os reflexos na sala de aula: Há mais colaboração e trabalhos em grupo. Parte-se do conhecimento cotidiano para se chegar à produção de conhecimento. O professor propõe tarefas que desafiam os alunos. Erros são considerados parte do aprendizado – eles mostram ao professor como o aluno está raciocinando, mas o professor tenta indagar e fazer com que o aluno perceba o erro para avançar. Os conteúdos são apresentados por temas: aprende-se sobre escravidão, por exemplo, investigando como ela se deu em vários períodos, e não necessariamente pela ordem cronológica. Utilizam-se, para isso, muitos materiais: reportagens, filmes, etc. Que tipo de indivíduo espera-se formar: Pessoas cooperativas, que tenham compromisso com o mundo e com o outro, que saibam tanto expor suas ideias quanto ouvir. Gente que não necessariamente terá um conhecimento enciclopédico, mas que saberá como procurar as informações que lhe fazem falta.

Aprendizagem programada versus aprendizagem significativa

Vamos traçar aqui um paralelo entre aprendizagem programada de Skinner e a aprendizagem significativa, discorrendo sobre os riscos e benefícios de cada uma. Muito se fala sobre as vantagens de uma aprendizagem significativa na construção de um indivíduo mais independente, mas a aprendizagem programada não deve ser desprezada, pois não são antagônicas. Há situações que se faz necessário memorizar como preconiza a aprendizagem mecânica, e em seguida as informações são relacionadas a outras, produzindo uma aprendizagem mais duradoura. Nessas situações a aprendizagem de mecânica se complementa na aprendizagem significativa. De acordo com estudos de David Ausubel (defensor da teoria da aprendizagem significativa), quanto mais sabemos, mais aprendemos. O fator isolado que mais influencia o aprendizado, segundo ele, é aquilo que o aprendiz já conhece. Sua teoria se opõe ao Behaviorismo vigente, onde a ideia da influência do meio sobre o sujeito é fator predominante. Nessa teoria, o que os alunos sabiam não era levado em conta e acredita-se que só aprendiam se fossem ensinados. Para Ausubel, aprender significativamente é ampliar e desenvolver conhecimentos já existentes, criando relações e ligações com novos conteúdos. Suas teorias possuem alinhamentos com outras do século 20, como a do desenvolvimento cognitivo de Piaget e a do sociointeracionista de Levy Vygostky, ou seja, ideias construtivistas e socioconstrutivistas. Piaget defendia e enfatizava a participação ativa do aluno na construção do conhecimento, o aprendiz é que constrói o conhecimento. Vygostky enfatizava a interação, reforçando a importância do professor na aprendizagem. É na interação que se produz o conhecimento, o professor atuando como mediador.Ausubel considera que a assimilação de conhecimentos ocorre sempre que uma nova informação interage com outra existente na estrutura cognitiva, mas não com ela como um todo; o processo contínuo da aprendizagem significativa acontece apenas com a integração de conceitos relevantes. A proposta da aprendizagem significativa de Ausubel é que o aluno evolua do sentido simples das coisas baseado na sua percepção, para o significado delas. Na construção de uma aula significativa deve-se oferecer ao aluno contextos que aproximem o conteúdo de sua realidade. O professor deve construir o conceito com o aluno. A teoria de Ausubel foca a aprendizagem cognitiva e se ancora em uma explicação teórica do processo de aprendizagem. A aprendizagem significativa envolve a interação em nossa memória de trabalho de uma informação nova associada a um conhecimento específico que já tínhamos guardado, agregando um novo conceito, ideia ou habilidade ao cérebro humano. A informação nova associada a um conhecimento prévio cria ligações que formam novo conhecimento em nossa memória de longo prazo, que é o aprendizado. Quando o conhecimento novo não se relaciona a nada do que já sabemos, tende a se fixar em uma área de nosso cérebro de modo não permanente, sendo esquecido em seguida. O professor pode em suas aulas, citar fatos, músicas, filmes e experiências do cotidiano dos alunos para criar ligações do conhecimento prévio do aluno com o novo conteúdo a ser aplicado. Segundo Ausubel a aprendizagem ocorre, quando o aprendiz evolui de uma interpretação particular das coisas, ou seja, do sentido delas, para uma interpretação do significado das mesmas. O método produz em sala de aula uma maior colaboração e trabalho coletivo. Parte-se do conhecimento cotidiano para a produção do conhecimento. A vantagem do método é produção de pessoas mais colaborativas, cooperativas, que tenham compromisso com a sociedade e que saibam tanto ouvir quanto apresentar suas ideias. Formam-se pessoas não necessariamente que detenham muito conhecimento, mas que saibam pesquisar, construir, buscar informações que estejam faltando, que saibam compartilhar esse conhecimento estabelecendo conexões e redes de cooperação. A ideia de um método de educar que leve em conta o conhecimento prévio do aluno, que valorize a importância dele na construção do saber, parece mais adequado para a formação de um cidadão mais consciente do seu papel dentro do seu grupo social. Um papel participativo, engajado e comprometido com a solução dos problemas. Um papel de quem entende que o cidadão tem responsabilidades sociais e políticas com sua comunidade, contribuindo com parte das respostas. Para Skinner, o tema central de sua teoria é o comportamento. A aprendizagem concentra-se na capacidade de estimular ou reprimir comportamentos desejáveis e indesejáveis. Baseado no princípio do comportamentalismo (Behaviorismo), o ensino é construído quando o que precisa ser ensinado pode ser colocado sob condições de controle de comportamentos observáveis. Assim, segundo Skinner a aprendizagem ocorre na adoção de novos comportamentos, através de estímulos e reforços, o que passa a ideia de uma aprendizagem mecanizada, no entanto, apregoava que o aprender deve ser suave, gostoso, agradável e gradual. Apesar de enfatizar a eficiência do reforço positivo, defendendo que todo comportamento é determinado pelo ambiente, não chega ao extremo proposto por John Watson, cujos estudos se concentram no estimulo-resposta, tratando o homem como um ser autômato, cujo comportamento é determinado por uma série de respostas observáveis a estímulos externos. Skinner acreditava, no entanto, que o homem sendo um ser em construção, é modificando pelo ambiente, mas também age modificando-o. Para o Watson, nós somos o que fazemos, e que fazemos é o que o meio nos leva a fazer. Nesse sentido, sua teoria minimiza a capacidade volitiva do homem, diminuindo a responsabilidade individual de cada qual por seus atos. Skinner também enfatizava muito a influência do ambiente no comportamento, apesar de defender uma interação não passiva, a tendência era de rejeitar a noção de livre arbítrio. Na aprendizagem programada há uma grande ênfase na importância do professor e no conteúdo, sendo este e até o material didático considerado como autoridade detentora do conhecimento. Skinner dizia que o que nós fazemos é selecionado pelas consequências de nossa ação. Estudos foram realizados com vários grupos humanos. Uma consequência agradável decorrente de algum comportamento específico aumenta a probabilidade do comportamento se repetir. As consequências punitivas ou aversivas produzem efeito contrário, reduzindo a reincidência do comportamento, porque produz ansiedade e tensão que provoca desestímulo. Ele não acreditava que o aprender dependia exclusivamente do ser que aprende, no entanto, defendia que as melhores condições de ensino são aquelas que respeitam as características individuais de cada um, por isso era necessário que cada aluno tivesse seu ritmo respeitado, que o curso seja dividido em pequenas unidades e que cada aluno só passe de uma unidade para a seguinte, após dominar completamente o conteúdo da unidade em curso. No método de Skinner, o conteúdo é assimilado por meio de memorização e repetição e as aulas em geral são expositivas, onde o professor mantem o foco no planejamento da aula e não leva em conta o conhecimento prévio de cada aluno. A teoria de ensino mostra um aluno passivo, o professor como detentor e repassador do conhecimento, a aprendizagem influenciada por fatores biológicos de conduta (estímulo e resposta) e o método de instrução programada, através da entrega de conteúdo. A prática de ensino proposta por Skinner tende a formar pessoas que apresentem muito volume de conhecimento, bastante focadas no trabalho, que respondam bem ao trabalho por processo e são bem ajustados ao ambiente. O método Skinner falha no propósito maior da educação que é a preparação de um profissional cidadão, que interfere e contribui nos processos decisórios políticos da sociedade. Esse tipo de formação necessita de uma abordagem mais significativa, onde o aluno possa compreender que não existem respostas prontas para os problemas que surgirão, mas que estas deverão ser construídas por nós. Devemos formar cidadãos que tenham a noção de seu papel contributivo na construção social e nesse aspecto, o professor deve funcionar como um mediador do conhecimento, apresentando elementos para que o aluno o construa. A educação deve propor a formação de indivíduos que tenham autonomia, que tenham capacidade de construir conhecimento, interagir com o meio através de ideias próprias, sendo capaz de criar e inovar a partir de uma visão única que tem do mundo.